Índice Texto Completo
  • CC (L10406) Código Civil
    • LIVRO III - DOS FATOS JURÍDICOS
      • TÍTULO IV Da Prescrição e da Decadência
        • CAPÍTULO I Da Prescrição
          • SEÇÃO I Disposições Gerais
            • Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
            • Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.
            • Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.
            • Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.
            • Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.
            • Art. 194. (Revogado pela Lei nº 11.280, de 2006)
            • Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.
            • Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.
          • SEÇÃO II Das Causas Que Impedem ou Suspendem a Prescrição
            • Art. 197. Não corre a prescrição:
              • I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
              • II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
              • III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
            • Art. 198. Também não corre a prescrição:
              • I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;
              • II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
              • III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
            • Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
              • I - pendendo condição suspensiva;
              • II - não estando vencido o prazo;
              • III - pendendo ação de evicção.
            • Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
            • Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
          • SEÇÃO III Das Causas Que Interrompem a Prescrição
            • Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
              • I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
              • II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
              • III - por protesto cambial;
              • IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
              • V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
              • VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
              • Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
            • Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.
            • Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
              • § 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
              • § 2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
              • § 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.
          • SEÇÃO IV Dos Prazos da Prescrição
            • Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
            • Art. 206. Prescreve:
              • § 1º Em um ano:
                • I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;
                • II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:
                  • a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;
                  • b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;
                • III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;
                • IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo;
                • V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.
              • § 2º Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.
              • § 3º Em três anos:
                • I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
                • II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;
                • III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
                • IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa;
                • V - a pretensão de reparação civil;
                • VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;
                • VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo:
                  • a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;
                  • b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;
                  • c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;
                • VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;
                • IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.
              • § 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.
              • § 5º Em cinco anos:
                • I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;
                • II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;
                • III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.