Índice Texto Completo
  • CC (L10406) Código Civil
    • LIVRO IV - DO DIREITO DE FAMÍLIA
      • TÍTULO I Do Direito Pessoal
        • SUBTÍTULO II Das Relações de Parentesco
          • CAPÍTULO I Disposições Gerais
            • Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes.
            • Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
            • Art. 1.593. O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consangüinidade ou outra origem.
            • Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
            • Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
              • § 1º O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro.
              • § 2º Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
          • CAPÍTULO II Da Filiação
            • Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
            • Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
              • I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
              • II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
              • III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
              • IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
              • V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
            • Art. 1.598. Salvo prova em contrário, se, antes de decorrido o prazo previsto no inciso II do art. 1.523, a mulher contrair novas núpcias e lhe nascer algum filho, este se presume do primeiro marido, se nascido dentro dos trezentos dias a contar da data do falecimento deste e, do segundo, se o nascimento ocorrer após esse período e já decorrido o prazo a que se refere o inciso I do art. 1597.
            • Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção da paternidade.
            • Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da paternidade.
            • Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher, sendo tal ação imprescritível.
              • Parágrafo único. Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na ação.
            • Art. 1.602. Não basta a confissão materna para excluir a paternidade.
            • Art. 1.603. A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil.
            • Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro.
            • Art. 1.605. Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-se a filiação por qualquer modo admissível em direito:
              • I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais, conjunta ou separadamente;
              • II - quando existirem veementes presunções resultantes de fatos já certos.
            • Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.
              • Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado extinto o processo.
          • CAPÍTULO III Do Reconhecimento dos Filhos
            • Art. 1.607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais, conjunta ou separadamente.
            • Art. 1.608. Quando a maternidade constar do termo do nascimento do filho, a mãe só poderá contestá-la, provando a falsidade do termo, ou das declarações nele contidas.
            • Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
              • I - no registro do nascimento;
              • II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
              • III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
              • IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
              • Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes.
            • Art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito em testamento.
            • Art. 1.611. O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro.
            • Art. 1.612. O filho reconhecido, enquanto menor, ficará sob a guarda do genitor que o reconheceu, e, se ambos o reconheceram e não houver acordo, sob a de quem melhor atender aos interesses do menor.
            • Art. 1.613. São ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de reconhecimento do filho.
            • Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
            • Art. 1.615. Qualquer pessoa, que justo interesse tenha, pode contestar a ação de investigação de paternidade, ou maternidade.
            • Art. 1.616. A sentença que julgar procedente a ação de investigação produzirá os mesmos efeitos do reconhecimento; mas poderá ordenar que o filho se crie e eduque fora da companhia dos pais ou daquele que lhe contestou essa qualidade.
            • Art. 1.617. A filiação materna ou paterna pode resultar de casamento declarado nulo, ainda mesmo sem as condições do putativo.
          • CAPÍTULO IV Da Adoção
            • Art. 1.618. A adoção de crianças e adolescentes será deferida na forma prevista pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
            • Art. 1.619. A adoção de maiores de 18 (dezoito) anos dependerá da assistência efetiva do poder público e de sentença constitutiva, aplicando-se, no que couber, as regras gerais da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
            • Art. 1.620. a 1.629. (Revogados pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
          • CAPÍTULO V Do Poder Familiar
            • SEÇÃO I Disposições Gerais
              • Art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores.
              • Art. 1.631. Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
                • Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
              • Art. 1.632. A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos.
              • Art. 1.633. O filho, não reconhecido pelo pai, fica sob poder familiar exclusivo da mãe; se a mãe não for conhecida ou capaz de exercê-lo, dar-se-á tutor ao menor.
            • SEÇÃO II Do Exercício do Poder Familiar
              • Art. 1.634. Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores:
                • I - dirigir-lhes a criação e educação;
                • II - tê-los em sua companhia e guarda;
                • III - conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casarem;
                • IV - nomear-lhes tutor por testamento ou documento autêntico, se o outro dos pais não lhe sobreviver, ou o sobrevivo não puder exercer o poder familiar;
                • V - representá-los, até aos dezesseis anos, nos atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
                • VI - reclamá-los de quem ilegalmente os detenha;
                • VII - exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição.
            • SEÇÃO III Da Suspensão e Extinção do Poder Familiar
              • Art. 1.635. Extingue-se o poder familiar:
                • I - pela morte dos pais ou do filho;
                • II - pela emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único;
                • III - pela maioridade;
                • IV - pela adoção;
                • V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638.
              • Art. 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não perde, quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro.
                • Parágrafo único. Igual preceito ao estabelecido neste artigo aplica-se ao pai ou à mãe solteiros que casarem ou estabelecerem união estável.
              • Art. 1.637. Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha.
                • Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão.
              • Art. 1.638. Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que:
                • I - castigar imoderadamente o filho;
                • II - deixar o filho em abandono;
                • III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes;
                • IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente.